quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Simone Queiroz versus Marcélio Brasileiro


       O processo eleitoral em âmbito municipal para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, encerra ao por do sol no próximo domingo - 02 de outubro - em todo o país. Diferente de outras eleições, as redes sociais dominaram os bastidores das campanhas eleitorais.
    Nesse sentido, vou me deter no caso de Nova Mamoré. Assim, as redes sociais que poderiam ser uma ferramenta para discutir as propostas dos candidatos e servir para formulação de políticas territoriais que garantam o desenvolvimento local, melhorar qualidade de vida e a estética da cidade, tomaram outros rumos.
      Portanto, muitos temas relevantes poderiam dominar o debate a exemplo de como garantir o aumento de receita do município? Como aplicar os recursos municipais visando gerar emprego para uma massa de jovens desempregados? Como melhorar a prestação de serviços urbanos - limpeza e a iluminação pública? Recuperação das áreas de pastagens e as matas ciliares nos igarapés? No entanto, os debates nas redes sociais se dirigiram para disseminar agressões, apologia ao crime, uso do discurso do ódio e palavras de ofensa a pessoa humana.
    Por último, correligionários dos dois grupos políticos envolvidos na disputa eleitoral questiona a presença de filhos e parentes na administração pública municipal. Diante mão, não tenho procuração para defender A ou B, mais tenho bom senso para fazer uma análise com relação à presença de Marcélio e Simone como ocupantes de cargos no primeiro escalão enquanto o pai ocupou e ocupa respectivamente, o cargo de prefeito do município.
    Vou procurar ser bem sucinto! Conheci Simone quando ainda muito jovem, com pouca prosa, percebi que se tratava de uma pessoa muito inteligente. Na oportunidade, essa jovem namorava meu amigo Alexandre. Ambos estudavam em Porto Velho e no caso dela, era estudante de direito. Meu amigo Alexandre sempre fez grandes elogios a ela. Eu mesmo quando estive algumas vezes na prefeitura nesses últimos três anos, mesmo diante dos questionamentos e críticas que fiz a administração do seu pai, no caso, o prefeito Laerte Queiroz, a senhora Simone me tratou como cidadão, ou seja, sempre me recebeu muito bem na chefia de gabinete do prefeito – cargo que desempenha na prefeitura atualmente e que seu pai é o prefeito.
   No caso de Marcélio, quando cheguei à Nova Mamoré, fui um dos seus maiores críticos quando esse ocupou a mesma função da senhora Simone, ou seja, quando seu pai, José Brasileiro era prefeito de Nova Mamoré. Muitos aliados do grupo político brasileiro até hoje me questionam, ou seja, dizendo que fui muito “suave” com as criticas ao prefeito Laerte e a presença da sua filha na administração municipal. A resposta que eu dou é muito simples: “Com a quantidade de leitura durante o Mestrado em Geografia pela UNIR, deixei de ser analfabeto político!”
       Por questão de consciência, de um lado, existe a pessoa humana da senhora Simone, boa filha, boa esposa, boa amiga, bacharel em direito, empresária e exerce a função de chefia de gabinete da prefeitura de Nova Mamoré, sendo o seu pai o prefeito do município. Do outro lado, Marcélio, geógrafo como eu, quando no desempenho do mesmo cargo em primeiro escalão que hoje é ocupado pela senhora Simone, fez o mestrado em Geografia pela UNIR, passou num concurso público federal para professor na Universidade Federal de Rondônia – UNIR, fez mais duas pós-graduações e por fim, encontra-se cursando o doutorado pela PUC-SP – universidade de renome no país.
   Estamos chegando ao final da eleição, devemos rever conceitos e comportamentos, agressões provocam dores na alma, ou seja, o pai e uma mãe não gostam de ver seus filhos sofrendo. Portanto, vamos deixar a “politicagem” de lado e tentar pelo menos, nesses momentos finais, fazer uma política limpa. Caminhos da história costumam ser vadios, delirantes e imprevisíveis. Mas com boa dose de cautela é possível lidar com imprevistos ou ocorrências extraordinárias. Lembre-se, uma flecha lançada e uma palavra dita, não tem como fazer voltar atrás.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

CARTA ABERTA AO POVO DE NOVA MAMORÉ – RONDÔNIA

POR UMA TRAJETÓRIA DE VIDA

Senhor vice-prefeito Claudionor Leme e candidato a prefeito,

            Venho por meio desta, me posicionar diante das suas palavras implícitas no seu discurso de ontem em palanque armado na rua, que serviu para dar o “ponta pé” inicial da sua campanha. Fiquei muito lisonjeado com suas palavras quando fez uso do microfone para responder a quem o chama de professor-sindicalista.
            Naquele ambiente festivo da democracia que é um comício, mesmo recomendado a não ir, mas por não temer conviver com a verdade e a mentira, me fiz presente ao meio dos seus correligionários e eleitores.
            No seu discurso, lembrou de quem questionou superficialmente a atual administração municipal pelas redes sociais. Hoje, conduzida pelo seu cabo eleitoral o prefeito-madeireiro Laerte Queiroz, que foi Cassol, depois Expedito Júnior e agora Confúcio Moura – sinceramente, quem será o de amanhã?
            Conheci o senhor Claudionor Leme há dez anos quando trabalhávamos juntos no Distrito de Palmeiras dando aula na Escola Municipal Luciana Moronari. Já naquele tempo, eu te questionava senhor Claudionor com relação ao uso que se fazia do sindicalista Titor - que até hoje preside o SINDINOVA, para atacar a administração municipal do prefeito Zé Brasileiro que por três meses, o senhor foi secretário de Esporte, Cultura e Lazer.
            Eu, recém chegado no município, já dizia: “rapaz, não se esconda, faça como eu, mostre sua cara!” Além disso, desde daquela época, não se juntamos, não é agora que você no poder, que vamos se misturar. Pois discordo das pessoas que na vida pública, se faz de coitadinho, de vítima o tempo todo, mas dá as unhadas da pior forma, usando os outros, e esconde as unhas.
            Não posso deixar de reconhecer senhor professor-sindicalista Claudionor Leme (PDT), a minha admiração pelo seu poder de persuasão! Conseguir convencer os outros a fazer o “serviço” que você deseja fazer, mas te falta coragem, pois seu intuito é pousar sempre de “bibelot de penteadeira” para sociedade de Nova Mamoré/RO.
            Essas palavras aqui escritas, não é em vão! Tua máscara cai quando lemos o processo N°0005314-73.2012.8.22.0015  - que correu na 2° Vara Cível da Comarca de Guajará-Mirim – Ação popular impetrada pelo senhor Titor que preside o Sindicato dos Servidores Municipais.
            Nesse processo, o senhor professor-sindicalista Claudionor, não contestou o documento apresentado pelo senhor Titor, afirmando categoricamente, que a ação popular foi promovida na intenção de prejudicar 29 famílias - inclusive eu estou nesse rol - mediante um pedido especial do senhor “Claudionor Leme – vice-prefeito recém eleito” do município em tela.
            O tempo passou e a sentença foi dada! No seu despacho, o juiz deu clareza aos fatos, pois esse entendeu a “pequinês”, a “picuinha” e a “politicagem” dessa ação desmedida – verbos esses que vocês se utilizam para combater aqueles poucos como eu, que com coragem, questiona de vez em quando, a administração do prefeito-madeireiro e do vice-prefeito professor-sindicalista.
            O documento do Senhor Titor – presidente do SINDINOVA, anexado no referido processo acima, além do meu encontro ocasionalmente com o senhor Titor no ambiente da Livraria Divina Paz, em tese, me detalhou “tim-tim por tim-tim”quem escreveu a denúncia – segundo ele, foi o senhor, Professor Claudionor que escreveu e ele apenas assinou e protocolou junto ao Ministério Público. Então, nesse caso, quem está faltando com a verdade? Quem está fazendo o jogo de empurra?
            No seu discurso de ontem em palanque, quando me citou implicitamente: “Olha, aquele que me chama de professor-sindicalista!” – me deixou muito feliz! Pois desse ponto em diante da sua fala, o senhor tentou se explicar, mas o remendo ficou pior que a emenda que ainda não houve da sua parte. Ou seja, um pedido de desculpa formal as pessoas que você quis atingir usando o Titor.
            Pra não alongar-me senhor professor-sindicalista Claudionor Leme, quero dizer que você e Laerte Queiroz tiveram muita sorte à frente da prefeitura de Nova Mamoré/RO. Por não encontrar pela frente, vereadores insatisfeitos - momentâneo ou não, mais como encontrou Zé Brasileiro que sofreu forte oposição de Nilson da Transcorreia, Hiran, Ana da 8, Isaias Fernandes, Isaias Santana, Pizeiro do Jacynóplis e outros que me fogem a memória.
            Quanto a minha pessoa, não posso me eximir da minha ação política que fiz no passado! Confesso de público, fiz sim oposição ao Zé Brasileiro através do Ministério Público no seu primeiro mandado.  Até que um dia me perguntaram a onde eu queria chegar? Logo eu disse: Instale o Controle Interno do Município, a ouvidoria, a procuradoria geral do município e organize a secretaria de planejamento com técnicos. Assim, foi feito!
            Senhor professor-sindicalista Claudionor Leme, não fiz oposição sua administração junto com o prefeito-madeiro Laerte Queiroz – impedido de concorrer a reeleição por conta da Leia da Ficha Limpa - recorrendo ao Ministério Público como no passado, porque hoje, mais maduro e como diz poeta Bráulio Bessa, passado pelas estradas esburacadas da vida e por tudo que enfrentei e ainda há de enfrentar, me fez perceber que aqueles que se pautam na vida pública pelo artifício da “vingança pessoal” - que resulta na ação da perseguição, devemos deixá-los nadar no seu próprio veneno, porque dele um dia vai beber. Aprenda, o poder enobrece ou embebeda o ser humano - deixa cego! Daí, no caminho, ele pega atalhos sem respeitar as placas de avisos e fim, é conviver com as dores.
            Por fim, recorro ao poeta para dizer: “Se é dor, há de passar! Basta o cabra acreditar! Pra cada dor, existe um herói! E quando me vejo diante desse quadro de promessas de vingança e perseguições com ações invisíveis ou expresso implicitamente nos palanques da vida ou nos recados de seus correligionários, dizendo que vai me mandar pra Bolívia, revela a falta de respeito a pessoa humana, ao diferente, fere o direito de liberdade de expressão e do ir vir assegurado na Constituição cidadã brasileira de 1988. Nova Mamoré não é sua casa Claudionor, em que o senhor pode permitir quem entra e quem sai! Moramos num país democrático, mesmo sangrando atualmente, ainda vivemos numa democracia. Então meu caro, sugiro que use do seu senso critico, faça uma reflexão profunda de vida, que quem sabe assim, ainda dê tempo do senhor parar de se “vitimizar” o tempo todo se colocando como “coitadinho”. Pois coitadinho, é quem sofreu um coito! Portanto, eu repito, nos palanques da vida, sua máscara caiu!  
             
"Onde todos mandam e ninguém obedece, tudo fenece!”
(provérbio português)


Com coragem de um bom brasileiro,
Que não desiste nunca e,
Sem medo de ser feliz!

Nova Mamoré, 13 de setembro de 2016.


Professor Herbert Lins de Albuquerque

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Nova Mamoré poderá ter uma única candidatura a prefeito!

Surreal, mais pode ser verdade...

            No município de Nova Mamoré, localizado na região de fronteira de Rondônia, poderá ter um único candidato a prefeito no pleito eleitoral desse ano. Tal fenômeno ocorre devido às demais forças políticas locais temerem o poder econômico do prefeito Laerte Queiroz (PMDB).
            Apenas duas coligações registraram candidaturas. A primeira encabeçada por Laerte, mas que por impedimentos da Lei da Ficha Limpa, barrou seu registro de candidatura. Na outra ponta, a oposição coligada, laçou o pastor Dejalma (PR) e tendo como candidato a vice-prefeito na chapa, o professor e vereador Joãozinho Clímaco (PRB).
            O impedimento de Laerte fez com que ele lançasse na disputa em seu lugar, o atual vice-prefeito professor Claudionor Leme (PDT) como candidato a prefeito. Reservando a vaga de vice-prefeito ao obreiro Isaias Fernandes da Igreja Assembleia de Deus e que agora é do PMDB.
            Por sua vez, burburinhos crescem entre a população por não saber em quem votar devido à indefinição de quem realmente é candidato a prefeito e vice-prefeito na disputa eleitoral em Nova Mamoré. Nas últimas horas, o professor Joãozinho Clímaco protocolou seu pedido de desistência de candidatura a vice-prefeito a Justiça Eleitoral, ficando o pastor Dejalma sozinho na disputa.
            Nesse sentido, o ex-prefeito José Brasileiro (Solidariedade) poderá ser escalado pelos partidos de oposição para entrar no jogo eleitoral e disputar a competição com o atual vice-prefeito Claudionor Leme (PDT). Caso venha ganhar, será o quinto mandato de Brasileiro sufragado nas urnas pelo povo.
            Todo esse emaranhando político foi criado pelos próprios grupos políticos locais nas Convenções partidárias para escolha de candidatos a prefeito e vice-prefeito. Os chefes partidários locais não acreditaram que Laerte estava impedido por lei como anunciávamos. Sendo assim, permitiram criar esse quadro de indefinição faltando pouco mais de 23 dias para realização do pleito eleitoral.
            Os imbróglios eleitorais criado pelos grupos locais na disputa majoritária pelos cargos eletivos de prefeito e vice-prefeito, assemelham-se ao cenário político das cidades fictícias de Sucupira comandada por Odorico Paragassu - na novela “O bem amado” e de Tubiacanga de Afonso Henrique Lima Barreto - na novela Fera Ferida.
            De um lado, temos o prefeito rico com pose de “coronel local” que pode ser rebatizado de “Coronel Cachara” - alusão ao peixe dos rios da região amazônica. Impedido de disputar a reeleição devido a Lei da Ficha Limpa, o fim do seu mandato será marcado por inauguração de uma escola, mas não se sabe se inaugura o hospital e nem o novo cemitério. Todavia, não é por falta de paciente e nem de defunto.
            Para desgraça dos históricos do PMDB local, o Coronel Cachara traiu o partido, colocando um poste de outro partido para ser candidato carregando uma raposa nas costas. Na oposição, o pastor Dejalma até então candidato a prefeito, em meio aos seus devaneios de sua intimidade para com Deus, pensava possuir os mesmos poderes de Raimundo Flamel da novela Fera Ferida – que tudo que tocava virava ouro. No caso do pastor, toda mão que ele tocar vai virar votos na urna.
            Mas tanto a oposição quanto a situação, esqueceram que existe o Mestre Nicolau em política! Mais adiante eu pergunto: “quem será o coveiro Orestes que conversa com os mortos e fica sabendo de todos os segredos das famílias de Nova Mamoré? Daqui pra frente, temos que ficar atentos, prestar bem atenção para descobrimos, após o término do pleito eleitoral, quem é o novo Dirceu Borboleta e as novas Irmãs Cajazeiras no Palácio 21 de Julho.
            Por fim, descobrir quem será o personagem Nezinho do Jegue, defensor fervoroso do Coronel Cachara quando sóbrio, e principal acusador, quando bêbado. Desmascarar o desaforado Juarez Leão do grupo Laerte que promete tapa na cara de todo mundo.  Na oposição: quem será a delegada Dulcineia e o Lulu Gouveia na Câmara de Vereadores? Na imprensa, quem será o Neco Pedreira?  O mundo gira e eu, vou ficando por aqui!

segunda-feira, 21 de março de 2016

Complexo vira lata do brasileiro

           Causou certa indignação em determinados setores da sociedade brasileira a construção do Porto de Mariel em Cuba financiado pelo BNDES. Na época de sua inauguração eu afirmei que essa corrente da sociedade brasileira estava equivocada por acreditar que o investimento se tratava de uma aliança ideológica entre os governos petistas e a família Castro, responsável pela ditadura na ilha. Na verdade, o empréstimo concedido a Cuba trata-se de um ato pragmático e amplia o alcance do comércio e a área de influência do Brasil.
            O porto de Mariel é uma obra colossal e considerado tão sofisticado quanto os maiores terminais do Caribe - os de Kingston (Jamaica) e de Freeport (Bahamas), e terá capacidade para receber navios de carga do tipo Post-Panamax, que vão transitar pelo Canal do Panamá após finalização da sua modernização.
            O porto de Mariel foi erguido pela Odebrecht em parceria com a cubana Quality, custou 957 milhões de dólares, sendo 682 milhões de dólares financiados pelo BNDES. Em contrapartida, 802 milhões de dólares investidos na obra foram gastos no Brasil. Portanto, a obra se pagou na compra de bens e serviços comprovadamente brasileiros. Pelos cálculos da Odebrecht, este valor gerou 156 mil empregos diretos, indiretos e induzidos no nosso país.
            Mas existem aspectos importantes a serem analisados nessa parceria entre o Brasil e Cuba. Nesse caso, nosso país se consolida como  “parceiro econômico de primeira ordem” de Cuba. As exportações brasileiras para a ilha quadruplicaram na última década, chegando a 450 milhões de dólares, alçando o Brasil ao terceiro lugar na lista de parceiros da ilha (atrás de Venezuela e China). A tendência é de alta se a população de Cuba (de 11 milhões de pessoas), hoje alijada da economia internacional, for considerada um mercado em potencial para empresas brasileiras.
            Como afirmou no passado o subsecretário-geral da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antonio José Ferreira Simões: “Esse mercado só será efetivado, entretanto, se a economia cubana deixar de funcionar em seu modo rudimentar atual”. Portanto, a visita do presidente Barak Obama a Ilha de Cuba e a reaproximação dos EUA com Cuba, significa dizer que  o modelo econômico cubano passará por uma “formatação”.
            Desse modo, quando o Brasil investiu no porto de Mariel, verificou-se o potencial de buscar mercado para as empresas brasileiras. Não é à toa, portanto, que o Brasil abriu uma nova linha de crédito, de 290 milhões de dólares, para a implantação desta Zona Especial em Mariel. Outro aspecto importante é a localização de Mariel. O porto está a menos de 150 quilômetros do maior mercado do mundo, o dos Estados Unidos.
            O fim do embargo comercial dos EUA a Cuba, se torna estratégico para as companhias brasileiras por conta de sua posição geográfica. Além disso, a população cubana consistirá em mão de obra barata para as empresas ali instaladas. Daí, fica completo o potencial comercial de Mariel aos olhos dos modus operandi do capitalismo.
            Diante do exposto, o complexo vira lata por muito tempo perdurará em parte da sociedade brasileira, ou seja, por não conseguir compreender esse tipo de ação estratégica comercial do Brasil com países de economia tardia a exemplo da Ilha de Cuba. Nesse caso, não percebem que o nosso país ampliará sua área de influência nas Américas.
            Mas os EUA percebendo esse avanço do Brasil, de imediato, buscou em novembro passado uma “atualização” no relacionamento com Cuba. Por sua vez, a reinstalação da embaixada dos EUA na ilha, a visita de Obama e o possível fim do embargo econômico, fará com que o Brasil siga no vácuo dos EUA com relação a ampliar sua influência comercial como já mencionado anteriormente.
            Devo lembrar ainda que não é de hoje que o Brasil procura manter boas relações com Cuba. As relações Brasília-Havana foram iniciada com o ex-presidente Jânio Quadros e após o fim da Ditadura Militar no Brasil, foram reatadas em 1985 e têm melhorado desde então. Em 1992, no governo Fernando Collor, houve uma tentativa de trocar votos em eleições para postos em organizações internacionais. A prática, como a Folha de S.Paulo mostrou em 2011, continuou no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sob o qual o Brasil também fechou parcerias e intercâmbios com Cuba.
            De fato, em 1998 o então chanceler do governo de Fernando Henrique Crdoso, Luiz Felipe Lampreia, se encontrou com um importante dissidente cubano, Elizardo Sánchez, algo que o governo brasileiro parece muito distante de fazer. Pode-se, e deve-se, criticar o fato de o Planalto sob o PT não condenar publicamente as violações de direitos humanos da ditadura castrista, mas não se pode condenar o investimento no porto de Mariel. Neste caso, prevaleceu o interesse nacional brasileiro e agora quem vai tirar o maior proveito dessa ação estratégica do nosso país é os EUA. Por outro lado, nos restará apenas a críticas dos que sofrem com o complexo de vira lata

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O telefonema que Laerte Queiroz não lembra!

O presente texto faz parte das minhas lembranças no exercício do poder como presidente estadual do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) em Rondônia. Portanto, vou narrar um telefonema que o prefeito-madeiro Laerte Queiroz agora no PMDB, não deve lembrar. Então, vamos aos fatos.
Sinceramente, me casou surpresa o madeireiro Laerte Queiroz se lançar candidato a deputado estadual nas eleições de 2010. Mas segundo fontes, o então candidato a governador Expedito Júnior que disputava o governo pelo PSDB naquela época, conseguiu convencer o madeireiro Laerte a ser candidato pela legenda tucana.
O então candidato ao cargo eletivo de deputado estadual, o madeiro Laerte Queiroz, neófito em política, conseguiu atrair para si, apoio de lideranças políticas tradicionais em âmbito local - no município de Nova Mamoré: sua principal base eleitoral. Além de apoios importantes no município de Guajará-Mirim e distritos que tinha ou tem, atividade madeireira como sua principal atividade econômica.
Mas vale salientar que na disputa proporcional nas eleições gerais de 2010, o PSDB concorreu sem coligação, ou seja, foi cristalizado pelas lideranças políticas de outras legendas. Nesse caso, os candidatos ao cargo eletivo de deputado estadual das outras legendas, não conseguia enxergar reais chances de competitividade e de vitória com dois deputados candidatos a reeleição pela legenda tucana.
Desse modo, o neófito em política Laerte, estava disputando sua primeira eleição com tucanos de densa plumagem.    Mas o madeiro Laerte contava com variáveis favoráveis a uma candidatura se tornar possivelmente vitoriosa.
Portanto, Laerte contava com seu próprio poder econômico, apoio de lideranças políticas locais e empresariais do setor madeireiro da Região de Fronteira, por fim, o apadrinhamento político do então candidato tucano Expedito Júnior (PSDB) ao governo do estado de Rondônia.
Porém, certo dia, estando eu em Porto Velho, faltando 15 (quinze) dias para o término da eleição de 2010, os jovens líderes políticos de Nova Mamoré, Allen Cleiton, Alessandro Negão e Jânius Cleiton, me telefonaram e terminamos nos encontrando na recepção do Hotel Central – localizado atrás da rodoviária da capital.
Os três queriam saber se o colégio eleitoral de Nova Mamoré e Guajará-Mirim conseguiriam eleger dois deputados estaduais? Ou seja, si a candidata a deputada Ana da 8 pelo PTdoB e o candidato Laerte Queiroz pelo PSDB seriam eleitos naquele pleito eleitoral? De imediato, disse que Ana da 8 seria eleita mediante a três fatores. Primeiro, a filiação partidária – escolha do partido; segundo: a coligação partidária, e por último, a visibilidade que sua campanha ganhou durante o processo eleitoral.
Quanto ao candidato Laerte, expliquei aos jovens que Laerte detinha de fatores favoráveis para uma candidatura vitoriosa como já mencionando. No entanto, ao contrário de Ana da 8, Laerte errou na escolher do partido e, para tornar ainda mais difícil a sua possibilidade de vitória, a legenda se lançou isolada naquela competição eleitoral.
Por sua vez, fui categórico em afirmar ao jovem Alem Cleiton que trabalhava na coordenação de campanha do candidato Laerte, que esse estava embolado com os dois deputados tucanos que buscavam a reeleição, ou seja, Jean Oliveira e Euclides Maciel. Na seqüência, ainda tinha nesse cenário, a ex-prefeita Mileni Mota de Rolim de Moura. Daí, fiz uma projeção que ele poderia ficar entre a primeira ou segunda suplência.
Mas me virei para os jovens e disse: “Eu acho interessante, Nova Mamoré e Guajará-Mirim, eleger dois deputados estaduais de uma única vez, seria um feito histórico”. Então, relatei o seguinte: “Allen, mesmo faltando apenas quinze dias para o término da competição eleitoral, eu conheço algumas lideranças que estão ‘soltas’ em alguns municípios do interior”. Nesse sentido, afirmei que estaria aberto ao dialogo para ajudar na costura dessas alianças, pois ficaria faltando mil votos para Laerte ser eleito deputado estadual.
Continuamos a conversa, até que o jovem Allen Cleiton se distanciou de nós por um tempo, em seguida, veio com telefone celular na mão e disse: “Presidente, por favor, fale aqui com seu Laerte!”
Ao pegar o telefone, cumprimentei o então candidato Laerte, elogiei sua coragem de ser candidato pelo PSDB e narrei para ele a minha análise política em torno da sua primeira disputa a cargo eletivo. Me coloquei a sua disposição para fazer os contatos em torno de alianças que lhe garantisse os mil votos que lhe faltaria para ser eleito deputado estadual.
Por fim, o silêncio do outro lado foi quebrado com a seguinte frase: “Herbert, muito obrigado pela sua intenção em nos ajudar, vou levar a proposta ao meu grupo político, caso eles decidam pela sua ajuda, entro em contato com você!”. Depois não nos falamos mais, as eleições terminaram, Laerte Queiroz obteve 10.710 (dez mil, setecentos e dez) votos, no caso, faltaram 811 (oitocentos e onze) votos para ele ser eleito deputado estadual. Nesse caso, quem perdeu foi a Região de Fronteira, em especial, Nova Mamoré e Guajará-Mirim.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A jogada mate do pator de Acir Gurgacz no tabuleiro político rondoniense

     Estive semana passada em Porto Velho (28/01) para participar de uma reunião que tratava do meu retorno a militância política partidária. Naquele momento, as pessoas presentes, pediram que eu fizesse uma análise das eleições municipais desse ano da capital rondoniense – que deixarei para as próximas atualizações do blog.
     Inicialmente, como disse, trataremos das pedras do tabuleiro político de 2018, o que quero dizer com isso? É que as eleições municipais desse ano são decisivas para as eleições gerais de 2018. Daí, as principais lideranças políticas do estado já se movimentam, ou seja, precisam sair cacifadas nesse processo político em escala local.
     Portanto, no cenário político estadual, o destaque maior fica para os senadores Acir Gurgacz (PDT) e Valdir Raupp (PMDB), ambos na atual conjuntura, mantém um entendimento político de aliança, mas que poderá trilhar por caminhos diferentes no futuro.
    O senador Acir – pacientemente - vem preparando a sua jogada mate do pator no tabuleiro político de 2018. Vou explicar melhor: Acir já experimentou o executivo quando foi prefeito de Ji-Paraná. Concorreu duas vezes ao senado, perdeu uma e ganhou duas. Entenda, na sua primeira disputa ficou em segundo lugar, mas sem seguida, ganhou o mandato via tribunais.
    Na sua trajetória política como parlamentar, o senador Acir ganhou uma boa projeção política como membro da Comissão de Agricultura do Senado Federal - Rondônia por ser um estado eminentemente agrícola, e com sua agilidade política na liberação de emendas e formalização de convênios do governo federal com suas respectivas bases eleitoral, o que lhe garantiu folgadamente a reeleição nas urnas - a bem da verdade, não teve adversário.
     No cenário político nacional, o senador Acir vem se destacando como a principal estrela do PDT e no futuro bem próximo, poderá se tornar ministro indicado pela legenda brizolista. Desse modo, o governo de Rondônia fica minúsculo para o senador Acir se compararmos com a sua musculatura política no cenário nacional.
     Portanto, quando o senador Acir anuncia que o prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires (PSB) não vai disputar a reeleição – esse último não tratou de desmentir publicamente o senador - e lança o atual vice-prefeito Marcito Pinto como candidato a prefeito de Ji-Paraná/RO, e tendo como candidato a vice-prefeito na chapa, o presidente da Câmara dos Vereadores Nilton César Rios (PTB), aliado do prefeito Jesualdo Pires – revela a sua jogada política para 2018.
     Então, o senador Valdir Raupp mandou um recado ao governador Confúcio Moura, ambos do PMDB, que a legenda peemedebista não tem espaço para duas candidaturas ao senado, mesmo sendo duas vagas a serem preenchidas nas próximas eleições gerais.
     Por sua vez, aumenta os rumores que Confúcio deixará o PMDB e seu grupo político se movimenta nos bastidores para definir uma nova legenda para lançá-lo na disputa por uma vaga ao senado. Daí vem à jogada mate do pator do senador Acir.
     O governador Confúcio Moura hoje no PMDB, caso venha se confirmar os rumores da sua filiação ao PSB que é presidido no estado pelo prefeito da capital Mauro Nazif (PSB), deverá ser o indicado candidato ao senado pela legenda socialista. Nesse caso, seria a dama da jogada.
    O prefeito Jesualdo Pires de Ji-Paraná – bem avaliado - termina seu mandato no PSB e deverá futuramente se filiar ao PDT. Nesse tabuleiro, Jesualdo Pires já no PDT – sendo o bispo da jogada, disputaria o governo do estado e a vaga de vice-governador na chapa, pertenceria à capital, portanto, o candidato natural seria do médico Mauro Nazif do PSB – caso venha ser derrotado nas urnas ao tentar se reeleger prefeito de Porto Velho nas eleições municipais desse ano.
    Na outra ponta, sairia do feudo político de Rolim de Moura, uma aliança política entre o ex-senador Expedito Júnior e o senador Valdir Raupp (PMDB) para eleições de 2018.
     Nesse caso, como Expedito Júnior faz parte do projeto nacional de poder do PSDB - mesmo que tenha sido derrotado duas vezes na disputa pelo governo de Rondônia pela legenda tucana. Mas antes, vale salientar, que Expedito saiu cacifado das urnas na última eleição geral de 2014. Portanto, novamente deverá ser convocado para disputar o governo do estado pela legenda tucana para dá palanque à candidatura a presidência da República colocada pelo PSDB em 2018.
     Por fim, se tais especulações nos bastidores políticos se confirmarem, o ninho tucano deverá abrigar à candidatura a reeleição do senador Valdir Raupp (PMDB). Daí, caso Expedito Júnior (PSDB) venha ser eleito governador, o município de Rolim de Moura volta a ser o centro de poder político de Rondônia. Porém, se Expedito perde para Jesualdo, Acir é coroado rei do tabuleiro de xadrez político rondoniense.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

OS ERROS DO MINISTRO ALOIZIO MERCADANTE

Não se pode haver espaço vazio no jogo de poder, portanto, quando ocupou a Casa Civil, o atual ministro da Educação Aloizio Mercadante (PT-SP) demonstrou sua inabilidade política para o exercício do poder na articulação política entre o poder Executivo e Legislativo.
O período Mercadante na articulação política do governo do PT não deixa saudades mediante os erros cometidos no território político. Inicialmente, o seu primeiro erro culminou com a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Câmara de Deputados Federais. Nesse caso, não foi capaz de manter o acordo que previa o revezamento do PT e do PMDB na presidência daquela casa legislativa.
Em seguida, Mercadante criou novos problemas políticos para presidente Dilma Rousseff (PT) no jogo político com o Senado e a Câmara de Deputados, ou seja, colocando-a no olho do furacão da crise política, o que agravou a crise econômica que o país atravessa.
O ministro Mercadante na sua miopia política desprezou a força política dos partidos “nanicos” na Câmara de Deputados que juntos, somam, pouco mais de 100 cadeiras naquele poder legislativo. Por sua vez, não conseguiu blindar o governo - os demais ministros - das criticas da oposição e da grande mídia nacional.
Na sua falta de astúcia política, quase foi capaz de azedar as relações pessoais entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma. Portanto, concordo com a análise do jornalista Walter Santos quando nos afirmou que Mercadante “não deixa saudades” no exercício dos espaços de poder e de tomada de decisões.
Agora no Ministério da Educação, Mercadante já cria novos problemas para o governo com a nova modalidade para distribuição dos recursos do FIES - fornecendo munição a oposição, ou seja, os recursos disponíveis para o financiamento do ensino superior será destinado para as cidades brasileiras com baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).
Desse modo, o maior valor de recurso será para as cidades do Norte-Nordeste por concentrar o maior número de cidades com baixo IDH. O que no nosso entender, depois do corte bilionário dos recursos da Educação, os recursos existentes para essa modalidade de financiamento do ensino superior, deveriam ser divididos com equidade para as regiões brasileiras.
Por sua vez, a nova modalidade de distribuição dos recursos do FIES, pode sim, contemplar as cidades com baixos indicadores sociais. Nesse caso, que sejam contempladas as cidades das demais regiões brasileiras com baixos indicadores sociais.
Por fim, fazemos as seguintes indagações: Como ficam as cidades das outras regiões brasileiras que fizeram a sua lição de casa ao melhorar seus indicadores sociais? A política adotada de distribuição dos recursos do FIES de 2016 acirra o “cisma” nas relações dos brasileiros das Regiões sul-sudeste com as Regiões Norte-Nordeste após o término das eleições presidenciais? É com você leitor!